TESTEMUNHAS DO ALÉM

Blog Espírita

domingo, 13 de maio de 2012

Carne?

                        

                                  "Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito."
                                           - Paulo. (GÁLATAS, capítulo 5, versículo 25.)



Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne.

É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências da carne, de seus criminosos impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, frequentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho.

 O próprio Mestre figurou que o espírito, como elemento divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca.

Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu corpo fluídico e ainda não percebestes, porventura, que a carne é um composto de fluídos condensados?

Naturalmente, esses fluídos, em se reunindo, obedecerão aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si.

Podemos figurá-lo como casa terrestre, dentro da qual o espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

Quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má-fé, o traço do traidor, nunca foram da carne.

É preciso se instale no homem a compreensão de sua necessidade de autodomínio, acordando-lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus-Cristo.

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao homem, a paternidade dos crimes e desvios da Terra, quando sabemos que tudo procede do espírito.
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XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 13.

A Mediunidade e seu Desenvolvimento




A mediunidade é uma faculdade da espécie humana que permite o intercâmbio entre encarnados e desencarnados. Graças a ela, temos a comprovação da imortalidade, algum conhecimento da situação da vida no Além, constatação da reencarnação e do progresso incessante, sempre sob o império da justa e misericordiosa lei de ação e reação.

Sua presença na Terra, tão antiga quanto a do ser humano, passa pelos primeiros grupos cristãos, sofre grande proibição na Idade Média, ressurge impetuosa na Idade Contemporânea. Kardec a empregou como o meio próprio, específico, para o exame experimental do Espírito (sua natureza, origem, destinação e relação com o mundo corporal). A partir dela, coletou e ordenou as informações prestadas pelos bons Espíritos, oferecendo ao mundo a Doutrina Espírita, revelação das leis que regem os mundos e os seres.

Espiritismo sem Mediunidade?
Ultimamente há quem preconize que o Espiritismo pode deixar de lado a mediunidade, pois ela já nos teria dado todo o conhecimento que nos poderia proporcionar.

Talvez isso seja verdade para alguns, pessoal e particularmente. Não o é, porém, para a Casa Espírita, em cujas portas, todos os dias, muitas pessoas vêm bater, buscando, principalmente: a consolação ante a partida de entes queridos; a libertação do assédio de Espíritos perturbadores, o esclarecimento dos fenômenos espirituais em que se sentem envolvidos.

Como atendê-los e ajudá-los sem recorrer ao intercâmbio mediúnico?Sem realizar as reuniões de desobsessão, de desenvolvimento mediúnico?Sem lhes oferecer não apenas a teoria mas a oportunidade da experiência, da observação, para formarem sua convicção e se tornarem aptos a também trabalharem com a mediunidade, se assim ó desejarem?

A mediunidade faz parte da natureza humana e tem, certamente, finalidade útil e providencial. Querer ignorá-la, desprezar sua utilização é privar-se, pessoal e coletivamente, de um campo rico de sensibilidade, conhecimentos e realizações.

A Casa Espírita não se deve alhear da tarefa de intercâmbio nem a deixar distanciada inteiramente do público assistido ou dos que queiram conhecera mediunidade e, talvez, se habilitarem ao seu exercício.

Orientação espírita para a prática mediúnica



Para que o emprego da mediunidade na Casa Espírita se faça eficiente, seguro e proveitoso, como preconiza e orienta a Doutrina Espírita, torna-se indispensável o preparo prévio doutrinário, técnico e moral tanto do médium como de quem vai dirigi-lo ou assessorá-lo no exercício da sua faculdade.

A literatura espírita oferece para os interessados a teoria doutrinária e a orientação prática de que vai necessitar.Nas Obras Básicas e naquelas que lhes são subsidiárias, destaquemos: O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec; No Invisível, de Léon Denis; O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne.

No movimento espírita brasileiro não há como esquecer as obras mediúnicas psicografadas por Francisco C. Xavier, Yvonne A. Pereira e Divaldo P. Franco. Necessário também mencionar os livros de autores encarnados que procuram resumir didaticamente a parte teórica necessária ao desenvolvimento mediúnico e fornecem algumas informações sobre a chamada "parte prática" do Espiritismo, tais como J. Herculano Pires , Suely Caldas Schubert, Hermínio C. Miranda, Celso Martins, Torres C. Pastorino e os Cursos Educação Mediúnica (FEESP), Orientação e Educação Mediúnica, do C. E. Luz Eterna, de Curitiba, PR.
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Therezinha Oliveira

Trabalho apresentado no 11° Congresso Estadual de Espiritismo, em Bauru, abril/2000
Alavanca – Junho de 2000

Norma Ideal


"Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens."
Paulo (II Corintios 3,2)


O obreiro do Senhor, notadamente na Doutrina Espírita, há que se reger pela harmonia, a fim de que a segurança lhe presida todas as resoluções e atitudes.

Nem tão ardente no ideal que descambe na precipitação, nem tão extático que apenas viva de sonho.

Nem tão exigente, no trato com os outros, que se converta em figurino de intolerância, nem tão apático que se torne irresponsável.

Nem tão fanático na atividade que suscite perturbação, nem tão brando que se faça preguiça.

Nem tão extremista em questões de direito, que inspire violência, nem tão fraco que encoraje o desrespeito.

Nem tão isolado em sociedade que se encastele no egoísmo, nem tão agarrado às relações de toda espécie que se queime nas paixões.

Nem tão prudente que se atenha à frieza, nem tão desabrido que abrace a temeridade.

Nem tão aflito, ante as lutas e problemas do cotidiano, nem tão despreocupado que se arroje à indiferença.

A lógica da Doutrina Espírita nos assinala a todos uma norma ideal de ação, nas mais diversas áreas da vida: equilíbrio e mais equilíbrio, a fim de que venhamos identificar-nos com o Bem,
sempre mais e melhor.
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 Francisco Cândido Xavier 
 pelo espírito Emmanuel

Nem Tudo é Mediunidade



Realmente, sintomas físicos ou mesmo perturbações emocionais e psicológicas podem ser confundidos com mediunidade. Atendentes fraternos, dirigentes, coordenadores de estudos e mesmo palestrantes ou escritores, precisamos sempre levar em conta esse detalhe. Mediunidade, como já aprendemos, não é doença, nem tampouco privilégio ou exclusividade dos espíritas. É, antes, potencialidade humana, apesar dos diferentes estágios em que se apresenta e das variáveis que afetam sua manifestação, inclusive de maturidade emocional, intelectual e do meio onde se apresenta.


Não é incomum pessoas tristonhas e deprimidas, muitas vezes dependentes de medicamentos, serem confundidas pela precipitação de dirigentes que alegam ser o exercício da mediunidade o único caminho de superação desses estados. Indicam presença de espíritos perturbados ou perturbadores como causa do abatimento e apontam, equivocadamente, como causa uma suposta hipnose de espíritos, agravando ainda mais o quadro de aflição da pessoa que simplesmente precisa de ajuda...


Tais considerações foram inspiradas no capítulo 22 do livro Encontros com a Consciência, ditado pelo Espírito Irmão Malco ao médium Alaor Borges Jr. Referido capítulo descreve o diálogo de um atendimento fraterno. Aliás, todo o livro é composto de casos relacionados a ocorrências em centros espíritas, inclusive com muitos ensinos de Chico Xavier. No caso em questão, o Espírito que relata a ocorrência conclui com sabedoria: “(...) Passei a entender que, na condição de socorrista espiritual, temos que ter muito critério. Nem todo distúrbio nervoso, qual seja a depressão, síndrome do pânico, insônia e outras mais, estão relacionadas à presença de mediunidade (...)”.


Nesse ponto, interrompemos a transcrição para destacar, aí sim, caminhos de superação de estados de abatimento, na continuidade do raciocínio do autor: “(...) mas o serviço prestado pelo passe, as palestras, a água magnetizada e o vínculo com as atividades assistenciais da casa têm valor inconcebível. (...)”.


O destaque é nosso e proposital. Não percebemos que muito mais que focar nossa atenção em supostas influências de espíritos, embora elas sejam reais e contínuas, precisamos, isso sim, prestar mais atenção em nossas reações e procurar no Espiritismo o que ele realmente tem a oferecer: o consolo, a diretriz, o conforto, a orientação, a luz para nossos caminhos, a lucidez de seus fundamentos, caminhos claros de entusiasmo e superação das dificuldades que normalmente enfrentamos, até pela nossa condição humana. Recursos que encontramos, principalmente, nos estudos, palestras...


O livro é rico de casos assim. Mágoas, dinheiro, opiniões, relacionamentos, dificuldades, influências, inspiração, pressa, entre outros temas, vão surpreender o leitor. Exatamente pela clareza e concisão dos diálogos. Não deixe de conhecer. Trará benefícios para os grupos espíritas.
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Orson Peter Carrara