TESTEMUNHAS DO ALÉM

Blog Espírita

quinta-feira, 12 de abril de 2012

ESTUDANDO A ARROGÂNCIA





Arrogância, eis um tema de extrema importância para ser meditado em nossos núcleos de amor cristão.


Tenho arrogância?

Como descobri-la?

O que é arrogância?

Um sentimento ou uma atitude?

Qual a sua origem?

Como se manifesta?

Como se manifesta?

Como perceber a atitude arrogante?

Que fazer para superar essa doença moral?

Como espíritas somos arrogantes?

Como?

Por que existe ainda a arrogância em nossa conduta, apesar do conhecimento doutrinário?


Os Sábios Guias da Verdade oportunamente responderam ao senhor Allan Kardec: "De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pode libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação".

O estudo do sentimento de egoísmo constitui elemento fundamental no entendimento de nossas necessidades espirituais. Significa estudar nossa própria história evolutiva.


A sutil diferença entre pensar excessivamente em si e pensar em si com benevolência pode determinar a natureza de todos os sentimentos humanos. O excesso de interesse por si mesmo é um ciclo de ilusões que se repete sustentando o auto-desamor em milênios de perturbação.

A benevolência é a bondade efetiva que caminha de braços dados com a edificação da paz interior.

O codificador ponderou: "Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal." (O Livro dos Espíritos - questão 907- comentário de Allan Kardec).


Na fieira do tempo o egoísmo sofreu mutações infinitas que compõem a versatilidade de toda a estrutura sentimental do Ser. O abuso desses "germens de luz" tem constituído entrave ao longo dos tempos. A paixão - ausência de domínio sob gerência da vontade - ensejou reflexos perniciosos, cujas raízes encontram-se no egocentrismo - o estado mental de fechamento das nossas próprias criações.


Nessas linhas de evolução, o instinto de conservação desenvolveu a posse como sinônimo de proteção, vindo a constituir o núcleo da tormenta humana como asseveram acima os Sábios Orientadores da Verdade: "(...) o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria (...)."


Alicerçados na necessidade apaixonada de proteção material, enlouquecemos através da posse e a conduta arrogante ensejou-nos a concretização dessa atitude de egoísmo.




O princípio que gera a arrogâncai foi colocado no homem para o bem. É a ânsia de crescer e realizar-se.



O impulso para progredir.



O instinto de conservação que prevê a proteção, a defesa.



Tais princípios são os fatores de motivação para a coragem, a ousadia, o encanto com os desafios.



Graças a eles surgem os líderes, o idealismo e as grandes realizações inspiradas em visões ampliadas do futuro.



O excesso de tudo isso, no entanto, criou a paixão. A paixão gerou o vício. O vício patrocinou o desequilíbrio.


Comparemos o egoísmo como sendo o vírus e a arrogância a doença, seus efeitos nocivos e destruidores.


Arrogância, "qualidade ou caráter de quem, por suposta superioridade moral, social, intelectual ou de comportamento, assume atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; orgulho ostensivo, altivez". Esse o conceito dos dicionários humanos. (Dicionário Houaiss).



No sentido espiritual podemos inferir vários conceitos para o sentimento de arrogar.


Vejamos alguns:



Exacerbada estima a si mesmo.


Supervalorização de si.


Autoconceito super dimensionado.


Desejo compulsivo de se impor aos demais.


O egoísmo é o sentimento básico.



Arrogância é a atitude íntima derivada desse alicerce de sensações nascidas no coração ocupado, exclusivamente, com seu ego.


Uma compulsiva necessidade de ser o primeiro, o melhor, manifestada através de um cortejo de pensamentos, emoções, sensações e condutas que determinam o raio espiritual no qual a criatura transita.


Asseveram os Sábios Guias: "(...) a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade,, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal".


Façamos um pequeno gráfico.


Escreva a palavra arrogância e a circule.


Agora faça quatro traços nos pontos cardeais e escreva: rigidez, competição, imprudência, prepotência.


Novamente faça um círculo em torno desses pontos e escreva: estado orgulhoso de ser.


Feche um novo círculo.


Essas são as quatro ações mais perceptíveis em decorrência do ato de arrogar que estruturam expressiva maioria dos estados psicológicos e emocionais do Ser.



A partir desse estado orgulhoso de ser, podemos perceber um quadro mental de rígida autosuficiência, do qual nascem as ilusões e os equívocos da caminhada humana, arrojando-nos aos despenhadeiros da insanidade aceitável e da rivalidade envernizada.


O traço predominante na personalidade arrogante é a não conformidade.



Usada com equilíbrio, é fonte de crescimento e progresso.



Todavia, sob ação dos reflexos da posse e do interesse pessoal, que marcaram, acentuadamente, nossas reencarnações, esse traço atingiu o patamar de rebeldia e obstinação enfermiça.


A rebeldia tornou-se um condicionamento psicológico que dilata as ações da arrogância.



Uma lente de aumento que decuplica e acelera as mutações da autosuficiência.


Estudemos, portanto, as atitudes pilares da arrogância sob as lentes da rebeldia.


A rigidez é a raiz das condutas autoritárias e da teimosia que, freqüentemente, deságuam nos comportamentos de intolerância. Sob ação da rebeldia, patrocina o desrespeito ao Livre-arbítrio alheio e alimentam constantemente o melindre por a vida não ser como ele gostaria que fosse.


A competição não existe sem a comparação e o impulso de disputa. Quando tomado pela paixão, a força motriz de semelhante ação é o sentimento de inveja. Na mira da rebeldia, causa o menosprezo e a indiferença que tenta empanar o brilho de outrem. A competição é o alimento do sentimento de superioridade.


A imprudência é marcada pela ousadia transgressora que não teme e nem respeita os limites.



Quase sempre, essa inquietude da alma alcança o perfeccionismo e a ansiedade que, frequentemente, deságuam na necessidade de controle e domínio.


Consubstanciam modos rebeldes de ser. Desejo de hegemonia. Sentimento de poder.


A prepotência é um efeito natural da perspicácia que pode insuflar a megalomania, a presunção. Juntos formam o piso da vaidade. A rebeldia, nesse passo, conduz a uma desmedida necessidade de fixar-se em certezas que adornam posturas de infalibilidade.


Conforme o temperamento e a história espiritual particular, a arrogância manifesta-se com maior ou menor ênfase em uma das quatro ações descritas, criando efeitos variados no comportamento. Apesar disso, a cadeia de reflexos íntimos é muito similar.


Egoísmo que na sua mutação transforma-se em arrogância; essa, por sua vez, deriva um cortejo de outros sentimentos sob ação do orgulho e da rebeldia.


A arrogância retira-nos o "senso de realidade". Acreditamos mais naquilo que pensamos sobre o mundo e as pessoas do que naquilo que são realmente. Por essa razão, esse processo da vida mental consolida-se como piso de inumeráveis psicopatologias da classificação humana.



A alteração da percepção do pensamento é o fator gerador dos mais severos transtornos psiquiátricos. São as manifestações enfermiças do eu na direção do narcisismo. Na rigidez, eu controlo. Na competição, eu sou maior. Na imprudência, eu quero. Na prepotência, eu posso.



A arrogância pensa a vida e ao pensá-la, afasta-nos dos nossos sentimentos.


Essa desconexão com a realidade estabelece a presença contínua das fantasias no funcionamento mental, isto é, a "interpretação ou imagem desvirtuada" que a pessoa alimenta acerca de fatos, pessoas e coisas. Nesse passo existem dois tipos psicológicos mais comuns.



A arrogância voltada para o passado, quando há uma fixação em mágoas decorrentes da inaceitação de ocorrências que na sua excessiva autovalorização, o arrogante acredita não merecê-las.



O outro tipo é a arrogância dirigida ao futuro, quando a criatura vive de ideais, no mundo das idéias, acreditando-se mais capaz e valorosa que realmente o é.



Passível de realizar grandes e importantes missões, tais "deslocamentos da mente" são formas de evadir de algo difícil de aceitar no presente.



De alguma maneira, constituem mecanismos protetores, todavia, quando se prolongam demasiadamente, podem gerar enfermidades psíquicas.



A depressão é resultado da arrogância voltada ao passado.



E a psicose em relação ao futuro.


Interessante observar que uma das propriedades psicológicas doentias mais presentes na estrutura rebelde da arrogância é a incapacidade para percebê-la.



O efeito mais habitual de sua ação na mente humana.



Basta destacar que dificilmente aceitamos ser adjetivados de arrogantes.



Entretanto, um estudo minucioso nos levará a concluir que, raríssimas vezes na Terra, encontraremos condutas livres dessa velha patologia moral.


Relacionemos outros efeitos dessa doença:


01. Perda do autodomínio.
02. Apego a convicções pessoais.
03. Gosto por julgar e rotular a conduta alheia.
04. Necessidade de exercício do poder.
05. Rejeição a críticas ou questionamentos.
06. Negação de sentimentos.
07. Ter resposta para tudo.
08. Desprezo aos esforços alheios.
09. Imponência nas expressões corporais.
10. Personalismo.
11. Auto-suficiência nas decisões.
12. Bloqueio na habilidade na empatia.
13. Incapacita para a alteridade.
14. Turva o afeto.
15. Acredita que pode mais do que realmente é capaz.
16. Buscar mais do que necessita.
17. Querer ir além de seus limites.
18. Exigir mais do que consegue.
19. Sentir que somos especiais pelo bem que fazemos.
20. Supor que temos a capacidade de dizer o que é certo e errado para os outros.
21. Sentir-se com direitos e qualidades em função do tempo de doutrina e da folha de
serviços.
22. Acreditar que temos a melhor percepção sobre as responsabilidades que nos são
entregues em nome do Cristo.
23. Julgar-se apto a conhecer o que se passa no íntimo de nosso próximo.
24. Desprezar o valor alheio.



A ausência de consciência sobre esse sentimento e suas manifestações de rebeldia tem sido responsável por inúmeros acidentes da vida interpessoal. Mesmo entre os seguidores das orientações do Evangelho, solapam as mais caras afeições, levando muita vez a tomar os amigos como autênticos adversários como destaca a questão 917 de O Livro dos Espíritos:


"Quando compreender bem que no egoísmo reside uma dessas causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada momento o magoam, a que perturba todas as relações sociais, provoca as dissensões, aniquila a confiança, a que obriga a se manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim a que do amigo faz inimigo, ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua felicidade e, podemos mesmo acrescentar, com a sua própria segurança".


Ter autoconsciência é uma das habilidades da inteligência emocional. Saber dar nome aos nossos sentimentos é fundamental no processo de crescimento e reforma interior.


A arrogância que costumamos rejeitar como característica de nossa personalidade é responsável por uma dinâmica metamorfose dos sentimentos.


A ignorância de seus efeitos em nossa vida é explorada pelos gênios astutos da perversidade no planeta.


Necessário registrar que os apontamentos sobre a arrogância aqui transcritos foram embasados no livro "Porta Larga, o Caminho da Perdição Humana". Um exemplar utilizado nas escolas da maldade em núcleos organizados da erraticidade, arquivado na biblioteca do Hospital Esperança quando seu próprio autor foi resgatado e socorrido por Eurípedes Barsanulfo há algumas décadas. Hoje reencarnado no seio do Espiritismo, esse escritor das penas vãs busca sua redenção na luta contra sua própria arrogância.


O gráfico que sugerimos, o Hospital Esperança também da autoria de nosso irmão, é usado em inúmeras plataformas de estudos com finalidades hegemônicas em clãs a perversidade.


O livro, que ainda permanece arquivado em nosso centro de estudos, é um exemplar de inteligência psicológica cujo propósito é combater a mensagem evangélica do Cristo embasada na humildade. Segundo o autor, a arrogância é a porta larga para implantação do caos no orbe terreno.


"Assim não deve ser entre vós; ao contrário, aquele que quiser tornar-se o maior, seja vosso servo; - e, aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo".


Por que essa compulsão por ser o maior em uma obra que não nos pertence?


Se a obra é do Cristo, por que a ante-fraternidade?


Considerando tais reflexões acerca dessa doença dos costumes, teçamos algumas ponderações que nos motivem a algumas auto-aferições à luz da claridade espírita.


Arrogância - Intolerância, inveja, poder, vaidade.
Intolerância - autoritarismo e teimosia.
Inveja - impulso de disputa e comparação.
Poder - perfeccionismo e ansiedade.
Vaidade - Megalomania e presunção.
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Trechos do Livro Escutando Sentimentos

Estufas Psíquicas da Depressão




"Apenas Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. As vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala."

Um Espírito protetor, (Lião, 1860). O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo XIII - ítem 1.

Depressão é uma intimação das Leis da Vida convocando a alma a mudanças inadiáveis. É a "doença-prisão" que caça a liberdade da criatura, rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos. Vício sedimentado em milênios de orgulho e rebeldia por não aceitar as frustrações do ato de viver. Em tese, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente.

Desde as crises ocasionais da depressão reativa até os quadros mais severos que avançam aos sombrios labirintos da psicose, encontramos no cerne da enfermidade o Espírito, recusando os alvitres da vida. Através das reações demonstra sua insatisfação em concordar com a Vontade Divina, acerca de Seus Desígnios, em flagrante desajuste. Rebela-se ante a morte e a perda, a mudança e o desgosto, a decepção e os desafios do caminho, criando um litígio com Deus, lançando a si mesmo nos leitos amargos da inconformação e da revolta, do ódio e da insanidade, da apatia e do sofrimento moral.

Neste momento de transição em que os avanços científicos a classificam dentro de limites e códigos, é necessário ampliar a lente das investigações para analisá-la como estado interior de inadequação com a vida, que limita o Espírito para plenificarse, existir, ser em plenitude. Seu traço psíquico predominante é a diminuição ou ausência de prazer em quaisquer níveis que se manifeste. Portanto, dilatando as classificações dos respeitáveis códigos humanos, vamos conceituá-la como sendo o sofrimento moral capaz de reduzir ou retirar a alegria de viver.

Sob enfoque espiritual, estar deprimido é um estado de insatisfação crônica, não necessariamente incapacitante. As mais graves psicoses nasceram através de "filetes de loucura controlada" que roubam do ser humano a alegria de continuar sua marcha, de cultivar sonhos e lutas pelos ideais de sobrevivência básica. Nessa ótica, tomemos alguns exemplos para ilustrar nosso enfoque de depressão à luz do Espírito imortal em condutas rotineiras:

O desânimo no cumprimento do dever.
A insegurança obsessiva.
A ansiedade inexplicável.
A solidão em grupo.
A impotência perante o convite das escolhas.
A angústia da melhora.
A aterrorizante sensação de abandono.
Sentir-se inútil.
Baixa tolerância às frustrações.
O desencanto com os amigos.
Medo da vulnerabilidade.
A descrença no ato de viver.
O hábito sistemático da queixa improdutiva.
A revolta com normas coletivas para o bem de todos.
A indisposição de conviver com os diferentes.
A relação de insatisfação com o corpo.
O apego aos fatos passados.
O sentimento de menos-valia perante o mundo.
O descaso com os conflitos, a negação dos sentimentos.
A inveja do sucesso alheio.
A desistência de ser feliz.
A decisão de não perdoar.
A inconformação perante as perdas.
Fixação obstinada nos pontos de vista.
O desamor aos que nos prejudicam.
O cultivo do personalismo - a exacerbada importância pessoal.
O gerenciamento ineficaz da culpa.
As aflições-fantasma com o futuro.
A tormenta de ser rejeitado.
As agruras perante as críticas.
Rigidez nas atitudes e nos objetivos.
Conduta perfeccionista.
Sinergia com o pessimismo.
Impulso para desistir dos compromissos.
Pulsão para controlar a vida.
Irritabilidade sem causas conhecidas.

Todas essas ações ou sentimentos são sinais de depressão na alma, porque criam ou refletem um desajuste da criatura com a existência, levando-a, paulatinamente, a roubar de si mesma a energia da vida. São rejeições à Sábia e Justa Vontade Divina - Excelsa expressão do bem em nosso favor nas ocorrências de cada dia.

Ao formularmos esse foco para a depressão, nossa intenção é estimular a medicina preventiva centrada no Espírito imortal e na educação. É assustador o índice de deprimidos segundo a sintomatologia oficial, no entanto, infinitamente maior é o número daqueles que cultivam, em regime de cultura mental, os embriões de futuros episódios psiquiátricos depressivos.

A solução vem da própria mente. A terapêutica está no imo da criatura. Aprender a ouvir os ditames da consciência: eis o que pouco fazem quando se encontram sob sansão da depressão. Esse é o estado denominado "consciência tranqüila", ou seja, quando o self supera as tormentas da culpa e do medo, da ansiedade e do instinto de posse. Aprendendo a arte de ouvir esse guia infalível, a criatura caminha para o sossego íntimo, a serenidade, a plenitude, a alegria.

A saúde decorre de uma relação sinérgica com o self. Dele partem as forças capazes de estabelecer o clima da alegria de ser. Do self procede a energia da vida, o tônus que permite a criatura ampliar seu raio de interação com a natureza - outra fonte de vida -, expressão celeste de Deus no universo. A depressão é ausência dessa energia de base, dessa força de vitalidade e saúde, ensejando a defasagem, o esgotamento. A ausência de contato com o amor - Lei universal de vida e saúde integral - responde pelos reflexos da "morte interior".

Nos apelos da consciência encontraremos o receituário para a liberdade e a paz, o equilíbrio e o progresso.

A ingestão dessa medicação amarga será a batalha sem tréguas, porque aderir aos ditames conscienciais significa, antes de tudo, deixar de desejar o que se quer para fazer o que se deve. Nessa escola de novas aprendizagens, a alma fará cursos intensivos de novos costumes emoções através do aprendizado de olhar para si.

A ausência de uma percepção muito nítida das nossas reais necessidades interiores leva-nos à busca do prazer estereotipado, aquele que a maioria procura para preencher o "vazio", e não viver criativamente em paz. Depois vem a culpa e outras manifestações de dor. O prazer real é somente aquele que nos equilibra e preenche sem sofrimentos posteriores.

Somente estando identificados com os "recados do self", construiremos uma vida criativa, adequada ao caminho individual. Jung chamou esse processo de individuação.

Descobrir nossa singularidade, saber vivê-la sem afronta ao meio e colocá-la a serviço do bem, essas as etapas do crescimento sistêmico, integrado com o próximo, a vida e a natureza.

Individuação só será possível acolhendo a sombra do inconsciente através dos "braços do ego", entregando-a à "inteligência espiritual" do self, para transformá-la em luz e erguimento conforme as aspirações do Espírito.

Depressão - condição mental da alma que começa a resgatar o encontro com a verdade sobre si mesma depois de milênios nos labirintos da ilusão.

"A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um.
O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro.
Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?"

"Com relação à vida material, é a posse do necessário.
Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro."

Consciência tranquila e prazer de viver, a maior conquista das pessoas livres e felizes.
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Trechos do Livro Escutando Sentimentos

Depressão - Encontre-se consigo mesmo!





Débora Rabelo

Diante da dor, buscas a Jesus. Em meio a alegria, onde te encontras com ele? Caso esta pergunta te cause algum questionamento e te deixe sem resposta, abra os olhos de teu espírito ao chamado da espiritualidade. Ao deitar, feche seus olhos e mesmo que seja por um segundo, se encontre contigo mesmo!

A correria desenfreada do dia não nos permite que nos demos um segundo de atenção as nossas realizações. Com isso, seguimos muitas vezes em direção ao vazio, tudo para cumprirmos com as “obrigações”. Quando isso passa a ser uma rotina de constantes “nadas”, precisamos analisar o que desejamos para a nossa caminhada terrena.

Quando Jesus nos disse no Evangelho que, somente ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, não nos disse por acaso. Nada é por acaso. Nos chamando a vivermos em nossas palavras, pensamentos e atos o seu Evangelho, nos convidou a dividirmos a ceia com ele.

Analisemos sua passagem de ensinamentos e que, a cada momento se encontra mais viva. Para aqueles que pensam que, seus caminhos estão distantes de suas realidades, pensem em Chico Xavier e em Divaldo Franco, espíritos que fizeram de suas vidas, um espelho refletindo amor a toda humanidade.

Para que possamos refletir amor também, precisamos encontrar um objetivo e ainda, confiarmos verdadeiramente em Deus. Ele tem o mapa de nossas almas. Todos os nossos sofrimentos estão ali para nos ensinarem a cada segundo como cultivarmos a humildade.

Só muda quem deseja transformar-se, resignar-se. Na resignação percebemos que, a causa de nossos sofrimentos nem sempre está nesta encarnação, mas que, Deus nos dá sempre mais uma chance de corrigirmos nossos atos. Da mesma forma que, ao colocar um véu sob nosso passado de erros, faz com que sejam aliviadas as nossas dores.

Podemos mudar de forma mais rápida ou mais lenta, de acordo com a estrada que optamos seguir. Com a Lei de Amor, por exemplo, temos todos os ensinos de Jesus resumidos. Ao fazermos ao próximo o que gostaríamos que a nós fosse feito, entendemos os sentimentos e, passamos a agir de forma mais humana.

O maior mandamento nos diz para “Amar a Deus sobre todas as coisas” numa forma perfeita e suave de como conduzirmos os nossos caminhos. Outro capítulo importante do Evangelho nos chama a atenção para o perdão. Principalmente aos nossos inimigos.

Mesmo que, tenhamos todos nós sido criados simples e ignorantes como nos relatam os espíritos através de Allan Kardec no Livro dos Espíritos, a evolução é feita de forma individual. Um fruto de nossas escolhas. E, a colheita vem de forma inevitável.

Desejamos sempre sermos perdoados, mas com que freqüência perdoamos e buscamos a reconciliação com aqueles que ainda não gostam de nós? Essa pergunta tem em sua quase total resposta, palavras vagas, porque as nossas más tendências ainda são as guias de nossas ações. Por orgulho, vaidade e egoísmo pensamos no que dirão se nos verem trocarmos um abraço com que nos feriu a alma. Em nenhum instante analisamos que, não nos levará a nada mantermos a distância existente com um espírito ainda indiferente aos nossos sentimentos.

Por isso, se neste momento a depressão começa a ruir as paredes de teu coração, busque forças na fé que dentro de tua consciência te chama para a luz. Lembre-se que, essa pessoa está sendo um lindo instrumento divino para te fazer crescer e consertar teu caminho, reparando um passado ou presente de erros. Atente-se ainda, ao fato de que você pode anteriormente ter sido o carrasco dessa pessoa que hoje lhe causa dor.

Nossa mente tem vários caminhos para nos conduzir as vibrações elevadas da espiritualidade superior. Mesmo que você ainda também esteja impregnado de imperfeições, não esqueça de que, Deus nos ama e está sempre disposto a nos reeducar nos passos do amor. Não há males que o amor não cure. Muito menos, rebeldias e teimosias que ele não transforme em determinação.

Neste momento você pode estar sozinho. Tudo bem. Antes que se considere uma vítima dessa circunstância, pare e analise todas as oportunidades de buscar seu crescimento pessoal e preparar-se para, quando for o momento, receber em seus braços o espírito que dividirá as estradas da vida com você.

Uma pessoa pode ser sozinha e nem por isso solitária. Os amigos são nossa família espiritual. Laços que a eternidade se encarrega de fortalecer pela saudade e carinho. A família são nossos laços corporais que aceitam a responsabilidade de superar uma dificuldade em comum ou nos proporcionam através da convivência a forma mais sincera de quitarmos os nossos débitos.

Talvez você ainda não se encontre, mesmo com esses soldados sua fortaleza pode estar desguarnecida. Então, relembre-se do mestre silencioso na cruz. Isso mesmo. Procure Jesus dentro de você. Como? Livre-se de todos os seus orgulhos, da vaidade e do egoísmo.

Nessa noite, abra seu coração para o amigo que jamais esqueceu de você. Peça ajuda e ore com a sinceridade mais verdadeira que for capaz. A oração é nossa ligação direta com a espiritualidade mais elevada.

A fé sempre será nosso alimento, nosso escudo e nossa espada. Assim, você terá forças para mudar seus hábitos. Transformando sua vida num canteiro de alegria irá atrair para junto de você apenas companhias leais e que desejam te ver feliz.

Caso alguns se afastem de você não chore. Eles já não terão mais a mesma vibração que você e isso é normal. Ou podem ter cumprido com a tarefa que tinham ao seu lado e terminada esta etapa, passarão a dar seguimento aos seus rumos.

Com certeza, aqueles espíritos que ainda ficarem ao seu lado, seja nesta ou em outra encarnação sentirão a vibração de paz que você emana, emanou ou está emanando. Nada é desperdiçado. Alguém, em algum ponto do universo, pode estar sendo iluminado pelo ponto de luz que você acendeu.

Você é alguém especial e amado por Deus. Sorria para a vida para ela sorrir para você. Como bem disse o apóstolo Paulo, sem amor nada seríamos!






A GRANDE INCOERÊNCIA




Quando o Mestre veio ao mundo, deixou-nos a mensagem e o exemplo de paz, amor e trabalho.

E os homens... passando ao largo, guerrearam, semearam a discórdia e a incompreensão.

Ao invés do amor, fizeram uso do ódio, acumulando rancores, semeando a desordem mental, o desequilíbrio.

Ao invés do trabalho que reergue, edifica e constrói, fizeram os irmãos de escravos ou se fizeram escravos do prazer e da luxúria.


E as bestas foram soltas; as feras atacaram os desprevenidos e os pseudopreocupados. O circo pegou fogo.

Os atropelos continuaram e estamos no mesmo barco.

Barco de náufragos, onde poucos sobrevivem ou sobreviverão.

E a mensagem transmitida há dois mil anos serviu para poucos.

Poucos a assimilaram, poucos a compreenderam e poucos a executaram.


O Senhor chegou e encontrou os servos despreparados...

E dois mil anos se passaram...
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Acervo Espiritual do CEFAK, em 20/06/1980

A Doutrina Espírita é Cristã?




Sim.


Cristãs são todas as religiões embasadas nos ensinamentos morais de Jesus Cristo: amor, caridade, paz, perdão. O aspecto religioso do Espiritismo fica claro em O Evangelho Segundo o Espiritismo, mas também em O Céu e o Inferno, que trata das penas futuras, do bem e do mal, e em O Livro dos Espíritos, especialmente na parte da Lei de Adoração.

Da mesma forma que o Cristo disse: "Eu não vim destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento", o Espiritismo diz igualmente: "Eu não vim destruir a lei cristã, mas cumpri-la". Ele (Espiritismo) não ensina nada de contrário ao que o Cristo ensinou, mas desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que não foi dito senão de forma alegórica; (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 1, item 7, Editora IDE)

Jesus é para o homem o modelo da perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra. (O Livro dos Espíritos, Questão 625, Nota, Editora IDE)

Publicado no Seara Espírita, ano III, nº 33, agosto 2001.
A Salvação Segundo o Espiritismo
Todos queremos ser salvos. Mas será que paramos para pensar: ser salvos do que, ou de quem? Alguns querem ser salvos deste mundo, achando que a vida é um castigo. Outros querem ser salvos do "demônio" ou do "inferno", como se houvesse, na perfeita Justiça Divina, espaço para seres ou lugares voltados exclusiva e eternamente para castigo, para o mal ou para malfeitores.

A máxima "fora da caridade não há salvação" assenta um princípio universal e abre a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade, elucidando a abordagem que Jesus faz da importância da caridade como condição absoluta de felicidade futura (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XV). O dogma "fora da igreja não há salvação" é exclusivista, absolutista e não condiz com a bondade do Pai. "Fora da verdade..." é equivalente ao "fora da igreja...", pois nenhuma seita, filosofia ou religião possui o privilégio de conter a verdade absoluta. A caridade (benevolência com todos, indulgência com as imperfeições alheias e perdão das ofensas (O Livro dos Espíritos, questão 886) está ao alcance de todos: do ignorante ao sábio, do miserável ao rico, independente de qualquer crença particular.

Jesus é um salvador no sentido de que ele veio mostrar e exemplificar o amor, caminho que devemos seguir para a conquista da paz e da felicidade. Essa conquista é resultado de nossas obras: quanto mais orgulhosos e egoístas, mais longe estaremos da meta; quanto mais benevolentes e caridosos, mais nos aproximaremos do Mestre. Se ser seguidor de Jesus fosse o único caminho para a salvação, o que seria dos bilhões de seres que habitam e habitaram o Oriente, onde o Cristianismo é apenas pequena fração religiosa?

Quando raciocinamos profundamente, vemos que uma pequena existência é pouco para aprendermos e vivenciarmos tudo o que necessitamos. As vidas sucessivas(reencarnações) conduzem à lógica de que em cada etapa, em cada encarnação, evolui-se, gradativamente, até atingir a perfeição relativa. Assim, salvação é sinônimo de evolução: o espírito só evolui à medida que aprende a amar ao próximo, minorando suas dores e praticando a caridade. A salvação segundo o Espiritismo é a salvação de nós mesmos, de nossas imperfeições morais. É a superação dos vícios e defeitos, substituído-os por virtudes e qualidades. Cada passo dado nesse sentido aproxima-nos mais de Deus e nos faz ficar mais próximos da felicidade. A “conquista do céu” é a consciência reta e o bem agir.

Se fizermos assim, independente da religião que professamos ou até se não a tivermos, estaremos seguindo a trilha demonstrada pelo Cristo há mais de dois mil anos.
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Luis Roberto Scholl
Publicado no Seara Espírita, ano VI, nº 61, dezembro 2003

MORAL ESPÍRITA





EXIGE A MORAL ESPÍRITA UMA CONDUTA ESPONTÂNEA




Há uma tendência bastante forte, no meio espírita, para um tipo de moral religiosa que se caracteriza pelo artificialismo. Compreende-se que grande número de pessoas, em consequência das heranças do passado e dos exemplos de presente, não consigam adotar outra forma de conduta. Mas não é justo que os espíritas mais esclarecidos, de mente suficientemente aberta para as novas perspectivas que a doutrina abre sobre o mundo, continuem a formalizar-se na vida social.


O Espiritismo, ensina Kardec: "é uma questão de fundo e não de forma".




De nada vale o exagero nas boas maneiras, a voz macia e os extremos de pureza formal, — não comer carne, não fumar, não tomar bebidas alcoólicas, não freqüentar festas mundanas, não contar nem ouvir anedotas picantes, — se o coração não estiver limpo. A pureza que o Espiritismo nos ensina é interior. Deve, por isso mesmo, reger a nossa conduta, em vez de esperarmos que uma conduta artificial nos purifique.


Quando o Espiritismo ensina que os formalismos do culto exterior são inúteis, ensina também que toda exterioridade sem raízes no coração é igualmente inútil. E é o mesmo que Jesus ensinava, ao repelir os formalismos da hiprocrisia farisaica. Veja-se o caso do ascetismo, da fuga ao mundo, às responsabilidades. pesadas da vida em sociedade, que o Espiritismo condena como produto do egoísmo. Se a encarnação é a nossa possibilidade de relações com pessoas e meios sociais, a que estamos ligados em virtude do passado, é claro que devemos aproveitar essa oportunidade e não inutilizá-la. Estamos, agora, no lugar certo, como diz uma recente mensagem mediúnica, e seria prejudicial fugirmos a ele.


O espírita não tem motivo algum para retornar às práticas da moral farisaica. A doutrina lhe ensina a espontaneidade, a naturalidade, e a correção dos seus erros e dos seus defeitos na própria relação com os semelhantes. É na vida de relação que podemos evoluir. Querer forçar a evolução com abstenções e atitudes falsas, seria iludir-nos a nós mesmos e também aos outros, o que é ainda mais grave. Ninguém vira santo por meio de fórmulas. Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, como Jesus ensinou, mas o que sai da boca. Nossa conduta deve refletir o que somos, e por isso devemos cuidar muito mais do nosso coração do que das nossas aparências.
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O HOMEM NOVO

J.HERCULANO PIRES

Que sublime Doutrina é o Espiritismo




Mas, também, quão poucos a sabem.
Ser Espírita não é somente dizê-lo, para que acreditem: é necessário praticar os ensinamentos do Cristo, sem deles discrepar uma linha.
Ser Espírita é ser caridoso, humilde, paciente e resignado; é despojar-se de todos os defeitos que possam prejudicar o seu adiantamento moral.
O que proceder por esta forma será Espírita ou Cristão, o que vem a ser a mesma coisa, e merecerá grandes Graças do Altíssimo, nosso Pai Celestial.
Sedes Espíritas, meus filhos, na verdadeira acepção da palavra, que muito e muito alcançareis.
Deixai de lado tudo que se afaste dos ensinos da Doutrina firmada na Moral dos Evangelhos, tudo que possa a vir prejudicar vosso progresso Espiritual.
Esforçai-vos e vencereis!

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Matheus Stella
Bartholomeu dos MartyresEscrito